Num cenário de crise de contas públicas, em que o estado tem dificuldade de se financiar normalmente nos mercados, quer por falta de procura para os seus títulos, quer por o preço exigido ser incomportável, é normal o recurso à intervenção do F.M.I..
É o nosso caso actual, mas com a particulariadde de intervirem também a União Europeia e o Banco Central Europeu, formando a famigerada Troika, devido a fazermos parte daquela união aduaneira e de termos aderido à moeda única “Euro”.
Também é normal que, quando um credor empresta dinheiro a um devedor que já se encontre em dificuldades, lhe venha a colocar determinadas exigências comportamentais futuras, de modo a assegurar que os seus créditos serão satisfeitos no respectivo vencimento.
Assim, as medidas de austeridade definidas no acordo entre PS, PSD, CDS e a Troika, fazem sentido na medida em que estas conduzem ao cumprimento das nossas obrigações financeiras internacionais enquanto Estado.
Parece, no entanto, que quem irá pagar a “factura” da nossa desgovernação pós 25 de Abril serão, exclusivamente, os trabalhadores, com especial enfoque sobre a classe média.
A redução da Taxa Social Única (T.S.U.) e a profunda alteração das leis laborais com claro prejuízo para o trabalhador e correspondente benefício para as entidades empregadoras, são disso um exemplo claro que, sem qualquer dúvida, vai ser utilizado abusivamente pelos nossos empresários, que irão despedir indiscriminadamente e efectuar novas contratações para os mesmos lugares, mas com salários substancialmente mais baixos que os anteriormente praticados, acentuando ainda mais as grandes diferenças de rendimentos que já vigoram em Portugal.
Este governo ultraliberal, liderado pelo Ultra-ultra liberal Pedro Passos Coelho, está ansioso por entregar o Jackpot do Euromilhões aos empresários portugueses e por fazer de Portugal o Brasil antes de Lula da Silva.
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