Há uns dias atrás participei numa festa, para a qual fui convidado por um amigo. Por adivinhar movimentação durante o convívio que necessitasse da utilização de um áutomóvel, fui comedido na ingestão de bebidas alcólicas, de modo a estar apto para conduzir em segurança e sem riscos de qualquer multa que viesse a estragar aquela tertúlia. Tal como previsto, a comitiva decidiu a dada altura, que mudasse-mos de ambiente e dirigimos-nos para a viatura. No meio do caminho encontramos uma Operação Stop da P.S.P.. O "dono" da festa, resolveu solicitar a um dos agentes que lhe fizesse o teste de alcolémia para verificar se estava em condições de conduzir.
Surpreendentemente, o agente negou-se a realizar o teste, alegando que aparecem 20 a 30 pessoas todas as noites com esse pedido e que a intenção é escapar à coima e à sanção acessória. Imediatamente reagimos e perguntamos ao polícia se eles estavam a fazer prevenção rodoviária ou na caça à multa. Como resposta, foi-nos dito que o número de boquilhas que transportam são escrupulosamente contadas e que têm de justificar cada uma que é utilizada, pelo que não é possível efectuar o teste a cidadãos que não estejam "ao volante".
Ora bem, nos E.U.A. (país por quem não tenho nenhum apreço em especial) a autoridade solicita ao condutor que faça alguns teste físicos, como andar em cima de uma linha ou fixar os olhos numa caneta que é aproximada e afastada do rosto, de modo a avaliar o equilibrio e os reflexos do indivíduo. Só depois deste ter uma prestação negativa na avaliação prévia, é que será submetido ao teste de alcolémia. Ou seja, neste país interessa primeiro avaliar se o cidadão tem condições físicas para exercer a condução e apenas depois é que se preocupam com a quantidade de alcóol que consumiu. De facto, existem pessoas que depois de ingerirem uma cerveja ficam alcolizadas e outras que consumem três e não alteram as suas capacidades (de forma significativa).
Em Portugal o procedimento não é idêntico ao americano, pelo que é da mais elementar equidade proporcionar o exame de alcolémia a quem o solicitar antes de pegar no volante.
A polícia não deve ser fonte de receitas, mas sim de formação e prevenção. Pagamos impostos para isso e não para termos "arrecadadores de multas".
Mais uma vez aquilo que vemos nas televisões e lemos nos jornais é apenas uma fachada de uma verdade que querem esconder ao português comum a todo custo.
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