21 setembro 2009

Merrill Lynch: O Despudor

O antigo presidente do banco norte-americano Merrill Lynch, afirmou ter sido “um erro” não ter comprado produtos baratos do Ikea para mobilar o banco.

“Decorámos [o Merrill Lynch] no estilo típico dos seus escritórios, que era muito, mas mesmo muito, bonito”, afirmou ontem John Thain, que é acusado de ter gasto demasiado dinheiro a mobilar os escritórios do banco, segundo avança a Bloomberg. “Isso foi um erro, e lamento tê-lo feito [a compra de móveis para o banco]. Se tivesse que o fazer novamente, teria mobilado o escritório com móveis do Ikea”, disse. O ex-CEO do Merrill Lynch adiantou ainda ter já reembolsado o banco pelos 1,2 milhões de dólares (818 mil euros) despendidos durante a redecoração de um escritório, duas salas de conferências e uma recepção do banco.Thain foi despedido quando o Bank of America adquiriu o Merrill Lynch no passado dia um de Janeiro, altura em que os montantes gastos com a nova mobília foram tornados públicos. Os gastos incluem 24 mil euros por uma cómoda, bem como 17 mil euros por um pedestal de mogno. O Ikea reagiu às afirmações de Thain indicando que este pode efectuar compras nas suas lojas sempre que quiser, tendo a porta-voz da empresa, Mona Astra Liss, se oferecido pessoalmente para mostrar “a grande quantidade de escolhas de mobiliário” oferecida pela empresa, e ainda para “lhe dar almôndegas suecas para comer”.

Diário Económico 2009.09.21
Este tipo de conduta só demonstra falta de consciência, a qual por sua vez, quando analisada à luz da realidade destes factos, comprova que o dinheiro gasto desta maneira não deve ter custado muito a ganhar. Ou seja, numa boa parte dos casos, a banca faz o que quer e lhe apetece, à custo do "Zé Povinho" e ainda lhes sobra tempo para defraudar os próprios accionistas.
Ah, e agora estamos pior que antes da crise. Eles ficaram a saber que se tiverem uma gestão fraudulenta, os governos metem-lhes a mão por baixo. Os Estados devem é por "a mão" em cima desta gente, porque se não o fizerem, vão ver onde é que vamos todos parar.
P.S.: Pelo menos nos E.U.A. estes senhores pagam por aquilo que fizeram. Por cá é aquilo que se vê.

19 setembro 2009

Bastidores Louça vs Sócrates

As coisas que se dizem quando não estão "no ar". O tipo é "engraçadinho" e não só .....

Moura Guedes: A Decisão

Quem não sabe o porquê do cancelamento do Jornal da "Manela" tem aqui a resposta ;´p

Dá-me o Telemóvel

  • "Dá-me o telemóvel!"
  • "Nã nã, nã nã..."
  • "Dá-me o telemóvel!"
  • "Nã nã, nã nã..."
  • "Dá-me o telemóvel!"
  • "Nã nã, nã nã..."
  • E alguém na turma diz:
  • "Oh gorda, sai da frente!"
  • Estou na minha aula, a apanhar uma seca
  • Quero ligar ao namorado para mandar uma queca
  • O raio da stôra nunca mais se cala
  • E estou a ficar sem rede na sala de aula
  • E então passei-me, peguei na cadeira
  • Deixei em delírio a turma inteira
  • A profe na lua, mandou-me para a rua
  • Mas eu caguei, não lhe liguei
  • E então fiquei, depois agarrei nela
  • E espetei-lhe com a cabeça na tela
  • E parte-se tudo a rir
  • Hey, hey, a velha vai cair!
  • "Dá-me o telemóvel!"
  • "Nã nã, nã nã..."

Prevenção ou Caça?

Há uns dias atrás participei numa festa, para a qual fui convidado por um amigo. Por adivinhar movimentação durante o convívio que necessitasse da utilização de um áutomóvel, fui comedido na ingestão de bebidas alcólicas, de modo a estar apto para conduzir em segurança e sem riscos de qualquer multa que viesse a estragar aquela tertúlia.
Tal como previsto, a comitiva decidiu a dada altura, que mudasse-mos de ambiente e dirigimos-nos para a viatura. No meio do caminho encontramos uma Operação Stop da P.S.P.. O "dono" da festa, resolveu solicitar a um dos agentes que lhe fizesse o teste de alcolémia para verificar se estava em condições de conduzir.
Surpreendentemente, o agente negou-se a realizar o teste, alegando que aparecem 20 a 30 pessoas todas as noites com esse pedido e que a intenção é escapar à coima e à sanção acessória. Imediatamente reagimos e perguntamos ao polícia se eles estavam a fazer prevenção rodoviária ou na caça à multa. Como resposta, foi-nos dito que o número de boquilhas que transportam são escrupulosamente contadas e que têm de justificar cada uma que é utilizada, pelo que não é possível efectuar o teste a cidadãos que não estejam "ao volante".
Ora bem, nos E.U.A. (país por quem não tenho nenhum apreço em especial) a autoridade solicita ao condutor que faça alguns teste físicos, como andar em cima de uma linha ou fixar os olhos numa caneta que é aproximada e afastada do rosto, de modo a avaliar o equilibrio e os reflexos do indivíduo. Só depois deste ter uma prestação negativa na avaliação prévia, é que será submetido ao teste de alcolémia. Ou seja, neste país interessa primeiro avaliar se o cidadão tem condições físicas para exercer a condução e apenas depois é que se preocupam com a quantidade de alcóol que consumiu. De facto, existem pessoas que depois de ingerirem uma cerveja ficam alcolizadas e outras que consumem três e não alteram as suas capacidades (de forma significativa).
Em Portugal o procedimento não é idêntico ao americano, pelo que é da mais elementar equidade proporcionar o exame de alcolémia a quem o solicitar antes de pegar no volante.
A polícia não deve ser fonte de receitas, mas sim de formação e prevenção. Pagamos impostos para isso e não para termos "arrecadadores de multas".
Mais uma vez aquilo que vemos nas televisões e lemos nos jornais é apenas uma fachada de uma verdade que querem esconder ao português comum a todo custo.

16 setembro 2009

Reflecções do Professor Medina Carreira

Vocês, comunicação social o que dão é esta conversa de «inflação menos 1 ponto», o «crescimento 0,1 em vez de 0,6»...
Se as pessoas soubessem o que é 0,1 de crescimento, que é um café por português de 3 em 3 dias... Portanto andamos a discutir um café de 3 em 3 dias...mas é sem açúcar... Eu não sou candidato a nada, e por conseguinte não quero ser popular. Eu não quero é enganar os portugueses. Nem digo mal por prazer, nem quero ser «popularucho» porque não dependo do aparelho político!
Ainda há dias eu estava num supermercado, numa bicha para pagar, e estava uma rapariga de umbigo de fora com umas garrafas, e em vez de multiplicar «6x3=18», contava com os dedos: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9... Isto é ensino...é falta de ensino, é uma treta! É o futuro que está em causa! Os números são fatais. Dos números ninguém se livra, mesmo que não goste. Uma economia que em cada 3 anos dos últimos 27, cresceu 1% em 2 ... esta economia não resiste num país europeu. Quem anda a viver da política para tratar da sua vida, não se pode esperar coisa nenhuma. A causa pública exige entrega e desinteresse.
Se nós já estamos ultra-endividados, faz algum sentido ir gastar este dinheiro todo em coisas que não são estritamente indispensáveis? Para gente ir para o Porto ou para Badajoz mais depressa 20 minutos? Acha que sim? A aviação está a sofrer uma reconversão, vamos agora fazer um aeroporto, se calhar não era melhor aproveitar a Portela? Quer dizer, isto está tudo louco!
Eu por mim estou convencido que não se faz nada para pôr a Justiça a funcionar porque a classe política tem medo de ser apanhada na rede da Justiça. É uma desconfiança que eu tenho. E então, quanto mais complicado aquilo for... Nós tivemos nos últimos 10-12 anos 4 Primeiros-Ministros: -Um desapareceu; -O outro arranjou um melhor emprego em Bruxelas, foi-se embora; -O outro foi mandado embora pelo Presidente da República; -E este coitado, anda a ver se consegue chegar ao fim e fazer alguma coisa...
O João Cravinho tentou resolver o problema da corrupção em Portugal. Tentou. Foi "exilado" para Londres. O Carrilho também falava um bocado, foi para Paris. O Alegre depois não sei para onde ele irá... Em Portugal quem fala contra a corrupção ou é mandado para um "exílio dourado", ou então é entupido e cercado. Mas você acredita nesse «considerado bem»? Então, o meu amigo encomenda aí uma ponte que é orçamentada para 100 e depois custa 400? Não há uma obra que não custe 3 ou 4 vezes mais? Não acha que isto é um saque dos dinheiros públicos? E não vejo intervenção da polícia... Há-de acreditar que há muita gente que fica com a grande parte da diferença!
De acordo com as circunstâncias previstas, nós por volta de 2020 somos o país mais pobre da União Europeia. É claro que vamos ter o nome de Lisboa na estratégia, e vamos ter, eventualmente, o nome de Lisboa no tratado. É, mas não passa disso. É só para entreter a gente...
Isto é um circo. É uma palhaçada. Nas eleições, uns não sabem o que estão a prometer, e outros são declaradamente uns mentirosos: -Prometem aquilo que sabem que não podem.
A educação em Portugal é um crime de «lesa-juventude»: Com a fantasia do ensino dito «inclusivo», têm lá uma data de gente que não quer estudar, que não faz nada, não fará nada, nem deixa ninguém estudar. Para que é que serve estar lá gente que não quer estudar? Claro que o pessoal que não quer estudar está lá a atrapalhar a vida aqueles que querem estudar. Mas é inclusiva.... O que é inclusiva? É para formar tontos? Analfabetos? Os exames são uma vergonha. Você acredita que num ano a média de Matemática é 10, e no outro ano é 14? Acha que o pessoal melhorou desta maneira? Por conseguinte a única coisa que posso dizer é que é mentira! Está-se a levar a juventude para um beco sem saída. Esta juventude vai ser completamente desgraçada!
A minha opinião desde há muito tempo é TGV- Não! Para um país com este tamanho é uma tontice. O aeroporto depende. Eu acho que é de pensar duas vezes esse problema. Ainda mais agora com o problema do petróleo. "Bragança não pode ficar fora da rede de auto-estradas? Não? Quer dizer, Bragança fica dentro da rede de auto-estradas e nós ficamos encalacrados no estrangeiro? Eu nem comento essa afirmação que é para não ir mais longe... Bragança com uma boa estrada fica muito bem ligada. Quem tem interesse que se façam estas obras é o Governo Português, são os partidos do poder, são os bancos, são os construtores, são os vendedores de maquinaria... Esses é que têm interesse, não é o Português!
Nós em Portugal sabemos é resolver o problema dos outros: A guerra do Iraque, do Afeganistão, se o Presidente havia de ter sido o Bush, mas não sabemos resolver os nossos. As nossas grandes personalidades em Portugal falam de tudo no estrangeiro: criticam, promovem, conferenciam, discutem, mas se lhes perguntar o que é que se devia fazer em Portugal nenhum sabe. Somos um país de papagaios... Receber os prisioneiros de Guantanamo? «Isso fica bem e a alimentação não deve ser cara...» Saibamos olhar para os nossos problemas e resolvê-los e deixemos lá os outros... Isso é um sintoma de inferioridade que a gente tem, estar sempre a olhar para os outros. Olhemos para nós!
A crise internacional é realmente um problema grave, para 1-2 anos. Quando passar lá fora, a crise passará cá. Mas quando essa crise passar cá, nós ficamos outra vez com os nossos problemas, com a nossa crise. Portanto é importante não embebedar o pessoal com a ideia de que isto é a maldita crise. Não é!
Nós estamos com um endividamento diário nos últimos 3 anos correspondente a 48 milhões de euros por dia: Por hora são 2 milhões! Portanto, quando acabarmos este programa Portugal deve mais 2 milhões! Quem é que vai pagar? Isso era o que deveríamos ter em grande quantidade. Era vender sapatos. Mas nós não estamos a falar de vender sapatos. Nós estamos a falar de pedir dinheiro emprestado lá fora, -lo a circular, o pessoal come e bebe, e depois ele sai logo a seguir...
Ouça, eu não ligo importância a esses documentos aprovados na Assembleia... Não me fale da Assembleia, isso é uma provocação... Poupe-me a esse espectáculo...
Isto da avaliação dos professores não é começar por lado nenhum. Eu já disse à Ministra uma vez «A senhora tem uma agenda errada» Porque sem pôr disciplina na escola, não lhe interessa os professores. Quer grandes professores? Eu também, agora, para quê? Chegam lá os meninos fazem o que lhes dá na cabeça, insultam, batem, partem a carteira e não acontece coisa nenhuma. Vale a pena ter lá o grande professor? Ele não está para aturar aquilo... Portanto tem que haver uma agenda para a Educação. Eu sou contra a autonomia das escolas. Isso é descentralizar a «bandalheira».
Há dias circulava na Internet uma notícia sobre um atleta olímpico que andou numa "nova oportunidade" uns meses, fez o 12ºano e agora vai seguir Medicina... Quer dizer, o homem andava aí distraído, disseram «meta-se nas novas oportunidades» e agora entra em Medicina... Bem, quando ele acabar o curso já eu não devo cá andar felizmente, mas quem vai apanhar esse atleta olímpico com este tipo de preparação... Quer dizer, isto é tudo uma trafulhice...
É preciso que alguém diga aos portugueses o caminho que este país está a levar. Um país que empobrece, que se torna cada vez mais desigual, em que as desigualdades não têm fundamento, a maior parte delas são desigualdades ilegítimas para não dizer mais, numa sociedade onde uns empobrecem sem justificação e outros se tornam multi-milionários sem justificação, é um caldo de cultura que pode acabar muito mal. Eu receio mesmo que acabe.
Até há cerca de um ano eu pensava que íamos ficar irremediavelmente mais pobres, mas aqui quentinhos, pacíficos, amiguinhos, a passar a mão uns pelos outros... Começo a pensar que vamos empobrecer, mas com barulho... Hoje, acrescento-lhe só o «muito». Digo-lhe que a gente vai empobrecer, provavelmente com muito barulho... Eu achava que não havia «barulho», depois achava que ia haver «barulho», e agora acho que vai haver «muito barulho». Os portugueses que interpretem o que quiserem...
Quando sobe a linha de desenvolvimento da União Europeia sobe a linha de Portugal. Por conseguinte quando os Governos dizem que estão a fazer coisas e que a economia está a responder, é mentira! Portanto, nós na conjuntura de médio prazo e curto prazo não fazemos coisa nenhuma. Os governos não fazem nada que seja útil ou que seja excessivamente útil. É só conversa e portanto, não acreditem... No longo prazo, também não fizemos nada para o resolver e esta é que é a angústia da economia portuguesa.
Tudo se resume a sacar dinheiro de qualquer sítio. Esta inter-penetração do político com o económico, das empresas que vão buscar os políticos, dos políticos que vão buscar as empresas... Isto não é um problema de regras, é um problema das pessoas em si... Porque é que se vai buscar políticos para as empresas? É o sistema, é a (des)educação que a gente tem para a vida política... Um político é um político. E um empresário é um empresário. E não deve haver confusões entre uma coisa e outra. Cada um no seu sítio. Esta coisa de ser político, depois ministro, depois sai, vai para ali, tira-se de acolá, volta-se para ministro...é tudo uma sujeira que não dá saúde nenhuma à sociedade.
Este país não vai de habilidades nem de espectáculos. Este país vai de seriedade. Enquanto tivermos ministros a verificar preços e a distribuir computadores, eles não são ministros! Eles não são pagos nem escolhidos para isso! Eles têm outras competências e têm que perceber quais os grandes problemas do país!
Se aparece aqui uma pessoa para falar verdade, os vossos comentadores dizem «este tipo é chato, é pessimista».... Se vem aqui outro trafulha a dizer umas aldrabices fica tudo satisfeito... Vocês têm que arranjar um programa onde as pessoas venham à vontade, sem estarem a ser pressionadas, sossegadamente dizer aquilo que pensam. E os portugueses se quiserem ouvir, ouvem. E eles vão ouvir, porque no dia em que começarem a ouvir gente séria e que não diz aldrabices, param para ouvir.
O Português está farto de ser enganado!
Todos os dias tem a sensação que é enganado!