18 fevereiro 2009

Estudos sobre as cotações de Matérias-primas e a OPEP

A grande maioria dos estudos sobre a evolução do preço das matérias-primas apenas serve para criar pressões e expectativas nos mercados. Parecem que são encomendados por alguém para que os agentes reajam a estas “notícias” e comecem desde logo a fazer encomendas da commodity, fazendo subir a procura desta e, por consequência, o seu preço de mercado. Tudo isto tem a agravante de numa época de turbulência e crise global, os mercados de capitais estarem em baixa contínua e de os tradicionais investidores não terem onde aplicar o seu dinheiro com algum grau de certeza de retorno, abrindo o “apetite” destes últimos para as opções de compra de petróleo, aumentando a sua procura e fomentando a especulação.
Deixo ainda claro que a OPEP representa cerca de 40% da produção mundial de petróleo e que, em minha opinião, não é um verdadeiro cartel. De uma forma simplista, para atingir o seu objectivo de maximização dos seus lucros, um cartel tem de ser homogéneo quanto aos membros que o constituem, o que só é possível quando estão envolvidas empresas. Como no caso da OPEP os membros são países, é evidente que a sua dimensão, população, evolução social, religião e modelos políticos são suficientemente divergentes para colocar em causa a sua homogeneidade, não deixando de lado que as reservas, capacidades e custos produtivos de cada estado membro também são muito discrepantes, pelo que existe sempre a tentação de alguns membros para “furar” as decisões da organização.
Mais, a influência da OPEP no mercado é relativa. Dados históricos provam que, por si só, não consegue influenciar alterações significativas nos mercados e que são os acontecimentos e as conjunturas globais que determinam o rumo dos preços do petróleo. Lanço um apelo para que os consumidores mantenham ou reduzam os seus consumos para os mínimos possíveis, conduzindo em velocidades moderadas, evitando a utilização da viatura própria quando é o único passageiro, poupando electricidade, …, de forma a que a procura real não venha a pressionar os preços.

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